quarta-feira, 11 de junho de 2008

Segundo o INE: Fraco investimento fez abrandar economia no primeiro trimestre


O abrandamento do investimento, que passou de 8,8 por cento no último trimestre de 2007 para quase metade (4,4 por cento) no primeiro trimestre do ano, determinou a desaceleração económica entre Janeiro e Março, conclui hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).


As Contas Nacionais relativas ao primeiro trimestre de 2008 confirmam a estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB) apresentada a 15 de Maio e que apontava para uma desaceleração do crescimento económico para 0,9 por cento, face a período homólogo de 2007.


"Esta desaceleração esteve associada à evolução da procura interna, cujo contributo para o crescimento do PIB foi de 2,4 pontos percentuais no primeiro trimestre de 2008, que compara com 3,2 pontos percentuais no anterior, sobretudo em função do comportamento do investimento", refere o INE. Em cadeia, a economia portuguesa contraiu-se 0,2 por cento.


A procura interna apresentou um aumento de 2,2 por cento no primeiro trimestre de 2008, face aos três por cento do trimestre anterior, o que se traduziu numa diminuição do contributo para o crescimento do PIB.


Dentro da componente investimento, a construção foi o sector mais negativo, com uma redução de 3,9 por cento no primeiro trimestre de 2008, que compara com um aumento de 6,1 por cento nos três meses anteriores.


A construção registou mesmo um contributo negativo, de 0,4 pontos percentuais, para o crescimento do PIB.


Ao contrário, o investimento em material de transporte destacou-se como a componente mais dinâmica, aumentando 33,3 por cento em volume, em termos homólogos. Este comportamento é explicado essencialmente, pelo investimento em "outro material de transporte", como aeronaves, já que a componente de veículos automóveis desacelerou.


Além da tendência de abrandamento do investimento, o INE explica ainda o fraco desempenho da economia portuguesa no primeiro trimestre do ano, com "efeitos de calendário significativos".


O facto de a Páscoa se ter celebrado este ano mais cedo, em Março, introduziu mais três dias úteis no quarto trimestre de 2007 e menos um dia útil no primeiro trimestre de 2008, o que torna as comparações desfavoráveis para o primeiro trimestre.


Estes efeitos de calendário podem ter influenciado as despesas de consumo das famílias, que aceleraram para 1,9 por cento no primeiro trimestre de 2008, face ao último de 2007, quando tinham crescido 1,7 por cento.


O crescimento do consumo privado fez-se essencialmente à custa das despesas em bens de consumo não duradouro (alimentar e corrente) e em serviços, já que as despesas em bens de consumo duradouro, como automóveis, desaceleraram, passando de uma variação de 4,5 por cento no quarto trimestre de 2007 para 3,4 por cento no primeiro trimestre de 2008.


Além da redução do contributo da procura interna, o PIB português sofreu ainda o efeito penalizador da procura externa líquida (que deduz o valor das importações ao das exportações), que se manteve inalterada, mas em níveis negativos.


Tal como já tinha acontecido no trimestre anterior, a procura externa líquida teve um contributo de menos 1,4 pontos percentuais.


O ritmo de crescimento das exportações abrandou, de 5,2 por cento no último trimestre de 2007 para 3,1 por cento no primeiro trimestre de 2008, abaixo das importações, que cresceram 5,6 por cento em volume, entre Janeiro e Março de 2008.


Assim e termos nominais, o saldo da balança de bens e de serviços medido em percentagem do PIB agravou-se, passando de menos 7,9 por cento no quarto trimestre de 2007, para menos 8,6 por cento no primeiro de 2008.


09.06.2008 - 14h44 Lusa


Diz O BLASÉ:


Sr. Ministro da economia, agora é o proprio INE a desmenti-lo.


"Mais cego que um cego é aquele que não quer ver" e esse é o seu caso Sr. Ministro.


O sr. Ministro não quer mesmo ver esta triste realidade que afecta o nosso país. Mas contra factos não há argumentos.

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