domingo, 15 de junho de 2008

PARABÉNS FERNANDO PESSOA


Fernando Pessoa, um dos expoente máximos do modernismo no século XX, considerava-se a si mesmo um «nacionalista místico».

Nasceu, Fernando António Nogueira Pessoa, em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa.

Fernando Pessoa morre a 30 de Novembro de 1935, de uma grave crise hepática induzida por anos de consumo de álcool, no hospital de S. Luís. Uma pequena procissão funerária levou o corpo a enterrar no Cemitério dos Prazeres. Em 1988, por ocasião do centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Em vida apenas publicou um livro em Português: o poema épico Mensagem, deixando um vasto espólio que ainda hoje não foi completamente analisado e publicado.

COMENTÁRIO DO BLASÉ

Fez, no passado dia 13, 120 anos sobre o nascimento de Fernando Pessoa, considerado a par de Camões, o maior poeta da lingua portuguesa.

O mais universalizado e comentado dos poetas portugueses desde Camões, o mais influente, o mais lido.

Num país normal, que não é o caso deste, o dia seria comemorado com poupa e circuntância. Neste, obscuro e velho armário (usando uma terminologia Queiroziana), foi apenas mais um dia rotineiro que se passou, com umas pequenas manisfestações sobre o maior poeta português.

Felicitar a Casa Fernando Pessoa que, debatendo-se com falta de verbas, (pois que interessa a cultura a este país) fez sem dúvida o que melhor estava ao seu alcance, presentando-nos, inclusivé, com a distribuição de um inédito de Fernando Pessoa no Jornal "O público". Felicitar também Jornal por se ter associado a este evento.

É claro que estas coisas da cultura pelos vistos para este país são uma chatice, e muito mais agora, quando a selecção está em alta, no euro 2008. E o que o Povo quer é bola, bola senhores. Como alguém disse um dia: " O futebol e o ópio do povo", e assim sendo, quem manda dá futebol ao povo, até porque não lhes convém muito que o Povo seja muito culto...

A Câmara de Lisboa lá colocou uma estátua(que há 4 anos estava fechada num qualquer armazém) em frente à casa onde Fernando Pessoa nasceu, para não se dizer que nada fez!

E Fernando Pessoa é o mais universalizado e comentado dos poetas portugueses desde Camões, o mais influente, o mais lido.

Agora imagine-se que não era...

Nada melhor que terminar como uma citação de Fernando Pessoa, que já tinha colocado no blogue, mas que se aplica na perfeição.

"Se fosse preciso usar de uma só palavra para com ela definir o estado presente da mentalidade portuguesa, a palavra seria «provincianismo»
(...)
Para o provincianismo há só uma terapeutica: é saber que ele existe. O provincianismo vive da inconsciência; de nos supormos civilizados quando o não somos
".

Fernando Pessoa, O caso mental Português

1 comentário:

Anónimo disse...

O mais universal e comentado dos poetas...o mais influente, o mais lido. – Este foi o reconhecimento perseguido e não alcançado ao longo da sua atormentada vida.
Se morrer é apenas não ser visto, deve estar na curva da estrada com um copo na mão e a soltar alguma das suas gargalhadas nervosas.
Comemorações de circunstância póstumas não se identificam com ele, num poema publicado 10 anos antes de sua morte, FP dizia:
”Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.”