sexta-feira, 6 de junho de 2008

Portugal foi o país mais afectado por deslocalizações de empresas



Estudo

Um em cada quatro postos de trabalho eliminados em Portugal no âmbito de operações de reestruturação diz respeito a deslocalizações de empresas. A taxa é três vezes mais alta em Portugal do que na União Europeia.

Em quatro anos, houve 356 grandes operações de deslocalização na UE.


Portugal foi o país da União Europeia (UE) mais afectado pelo fenómeno das deslocalizações de empresas entre 2003 e 2006. Segundo um estudo da agência europeia Eurofound, 25% dos postos de trabalho destruídos no âmbito de reestruturações resultaram da saída de empresas para outros países, em busca de custos de produção (designadamente salários) mais reduzidos. Cerca de metade destas deslocalizações ocorreram no sector automóvel.

Só a Irlanda registou uma taxa semelhante. Nos restantes países, a percentagem de empregos perdidos em virtude da fuga de empresas é significativamente mais baixa. A taxa média é de 8%, e em países como a Holanda ou a Bélgica chega a ser inferior a 5%.

Estes números, que constam de um relatório publicado a 13 de Maio, foram retirados da base de dados European Restructuring Monitor, que reúne todas as reestruturações empresariais noticiadas na imprensa, de carácter generalista e financeira, envolvendo mais de cem postos de trabalho ou, nas empresas com mais de 250 trabalhadores, 10% da respectiva mão-de-obra. Segundo o relatório da agência da União Europeia, sediada em Dublin, esta é "a única fonte de informação quantitativa sobre as reestruturações e o seu impacto no emprego".

Entre 2003 e 2006, registaram-se 3475 operações de reestruturação de empresas, das quais 356 (10%) dizem respeito a deslocalizações de unidades de produção. A saída destas empresas eliminou quase 200 mil empregos, o que representa apenas 8% dos postos de trabalho destruídos com operações de reestruturação. É isso que leva a Eurofound a afirmar que o impacto do fenómeno da fuga de empresas para países menos de- senvolvidos tem sido sobrevalorizado.

Apesar disso, a Eurofound sublinha que o fenómeno conduz também à eliminação indirecta de empregos, que é dificilmente quantificável. Ou seja, além dos postos de trabalho que são transferidos para outros países menos desenvolvidos e com mão-de-obra mais barata, há muitas empresas que sem deslocarem as suas unidades de produção optam por reduzir salários ou mesmo despedir trabalhadores, de modo a sobreviverem num ambiente de crescente concorrência e pressão sobre os custos salariais. Por outro lado, os números apresentados também não levam em conta os empregos que acabaram por não ser criados na União Europeia, dada esta concorrência internacional.

Ao contrário do que se poderia supor, a deslocalização de unidades fabris e de outros serviços para países onde os custos de produção são mais baixos não tem vindo a aumentar. "Surpreendentemente, não há sinais de uma tendência crescente nas deslocalizações no período de quatro anos analisado", refere o relatório publicado em Maio.

Manuel Esteves, Diário de Notícias

Diz o BLASÉ:


Onde é que está a novidade deste estudo!!!

Qualquer português ja se tinha apercebido disto, excepto os iluminados que supostamente governam este país, e que passam a vida a dizer que o IDE tem aumentado em Portugal.

A Vantagem deste estudo é ser um organismo estrangeiro a desmascarar as mentiras da nossa classe política.

Classe política que também ainda não percebeu, porque não cumpre os mínimos olímpicos, como se poderá resolver o problema.

Talvez um dia voltemos a este assunto, com algumas simples ideias sobre esta problemática, que poderiam ajudar na captação de IDE e por sua vez, na criação de posto de trabalho, e aumento da receita fiscal.

Mas talvez voltemos, tudo dependerá do estado de espírito...

1 comentário:

Anónimo disse...

Os dados mais recentes do Eurostat revelam que o IDE em Portugal caiu mais de 50% em 2007, se comparado com 2006. A queda que vem em completo contra-ciclo com o que acontece na UE, no entanto o iluminado do Sr Ministro da Ecomonia afirma que está a “aumentar", com excepção do sector Imobiliário.
Será que este País tem futuro com governantes que negam as evidências, tentando tapar o sol com a peneira?