segunda-feira, 28 de abril de 2008

As preocupações do Sr. Presidente da República


O Senhor Presidente da República no seu discurso do 25 de Abril mostrou-se preocupado com: “afastamento dos jovens em relação à vida política" e com “ a ignorância de muitos jovens, sobre questões políticas.

Cavaco Silva decidiu, assim, reunir em Maio com os líderes juvenis para saber a opinião da juventude sobre a «realidade do afastamento dos jovens em relação à vida politica» e, por outro, sobre «aquilo que pode ser feito para inverter a situação».

Parece-nos que a questão deve ser colocada de outra maneira, ou seja, não são os jovens que estão afastados da política, mas sim a politica que está afastada dos jovens e que os afasta dela.

Este é que tem de ser o ponto de partida para está discussão. Aliás já há alguns politicólogos, e bem, que colocam assim a questão e não como a coloca o Sr. Presidente da República. Aliás é também assim que a colocam pessoas que conheço e que conhecem bem o funcionamento dos partidos políticos.


Quanto à ignorância dos jovens sobre questões políticas, é bom que se diga que não é só sobre questões politicas que se manifesta essa ignorância, mas sim nos mais variados temas.

E isto tem de ver com um debate que é preciso fazer em Portugal, sem preconceitos e romantismo, a saber: “ que educação pretendemos para os nossos jovens, que sistema de ensino, um ensino de qualidade, que valorize os melhores, ou um ensino para as estatísticas europeias como tem sido até agora.

Queremos um ensino superior como um direito para todos (mas aí teremos de assumir que após se tirar o curso se poderá ir para caixa de hipermercado), ou um ensino superior como um mérito em que se estabelecem média rigorosas de entrada, abaixo das quais não se poderá entrar e em que se acabe, de uma vez por todas, com as situações em que se entra com médias negativas.

Sendo que se se optassem pelo ensino superior de mérito, teria o estado de arranjar mecanismos para que nenhum português com mérito ficasse excluído do ensino por questões financeiras.

Queremos continuar a ter um ensino superior onde proliferam, como cogumelos, cursos superiores (dois mil e qualquer coisa) enquanto a Holanda tem 85?

Simples reflexões de um simples cidadão…

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