sábado, 4 de abril de 2009

Possíveis soluções para a crise


Não, não tenho a solução para a crise que assola o mundo, antes tivesse, pois estaria milionário, a viver num qualquer país tropical.

Apenas apresentar duas correntes, ao nível macroeconómico, que podem ser seguidas para se sair da crise.

E apresentá-las em nome da verdade, porque não existe apenas a teoria do Investimento público que o nosso PM tanto gosta, mas que existem outras.

Seria bom que, alguém, explicasse isso aos Portugueses.

Aumentos no trabalho; aumentos no capital e aumentos na eficiência com a qual estes dois factores são utilizados, são os três factores de crescimento económico apontados economistas.

A quantidade de trabalho pode aumentar se os trabalhadores existentes trabalharem mais horas ou se a força de trabalho for alargada através de novas admissões;

O Capital fixo aumenta quando as empresas melhoram a sua capacidade produtiva acrescentando mais área de produção e mais equipamento (através do investimento);

A eficiência aumenta quando os produtores são capazes de obter mais produto a partir da mesma quantidade de trabalho e capital – por exemplo, devido a uma inovação organizacional.

Os Economistas do lado da oferta – Um dos métodos favoritos dos apoiantes da oferta, nos EUA ,é a redução de impostos. Os argumentos utilizados são:

Impostos mais baixos permitem ao sector privado conservar uma maior parcela daquilo que ganha, ou seja, um alívio nos impostos concede aos cidadãos um incentivo forte para trabalharem mais horas (aumentando trabalho), para pouparem e investirem mais do seu rendimento (aumento do capital) e para dedicarem mais atenção a todos os tipos de inovações (aumento da eficiência)

Outros economistas, de entre os quais, vários fora dos EUA, argumentam o oposto – que o Investimento público (infra-estruturas, educação e em I&D) poderá ser a melhor estratégia de aumentar o capital fixo, valorizar a força de trabalho e promover a inovação, sendo a melhor forma de estimular o crescimento económico a longo prazo.

Como vemos existem, pelo menos, duas correntes relativas ao crescimento económico, não apenas a do investimento público tão apreciada pelo nosso PM.

Mas quanto a isto, apenas algumas notas: O PM, cada vez que se refere à estratégia do investimento público, como a melhor solução para recuperarmos da crise, refere-se sempre ao Prof. Paul Krugman, como sendo um dos grandes defensores dessa estratégia.

Se é verdade que, o Prof. Krugmam, é um defensor do investimento público como solução, certamente defende, essa solução, para países com situações de contas públicas normalizadas, estabilizadas e não para países com défices estruturais, como é o caso de Portugal, ou seja, países com níveis de endividamento brutais como é o nosso caso. Seria o mesmo que, um médico, dizer a um doente com cancro no Pulmão que continuasse a fumar.

Só assim se percebe a seguinte frase do Prof. Paul Krugman, em relação à crise de 1982, na América Latina: “ … Os Governos ( ...) mediante programas populistas para os quais não dispunham de recursos financeiros (...) recorriam quer a empréstimos concedidos por banqueiros estrangeiros pouco consciencioso, acabando por ocasionar uma crise na Balança de Pagamentos e cair no incumprimento (…)”

Os argumentos em que se baseia o nosso PM, também como refere o Prof. Krugmam( em relação à crise do México de 1993), "foram retirados directamente dos manuais escolares. Por uma mera questão de contabilidade, a Balança de Pagamentos está sempre equilibrada: isto é, cada compra que um país faz ao estrangeiro deve ser contrabalançada com uma venda de valor equivalente ( Os estudantes de economia sabem que existe uma pequena ressalva técnica a fazer a esta afirmação e que se prende com as transferência unilaterais…)"

Recomenda-se ao nosso PM a leitura, atenta, dos escritos do Prof. Krugmam

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