domingo, 8 de fevereiro de 2009

ENCORAJAR COM UMA DISCORDÂNCIA CONSTRUTIVA


" Se quiserem acolher a inovação e o compromisso, as organizações sem fins lucrativos precisam de uma atmosfera saudável que proporcione a discordância. Estas organizações devem encorajar um desacordo honesto e construtivo, precisamente porque todos devem estar dedicados a uma boa causa: a sua opinião contra a minha pode facilmente ser confundida como a sua boa fé contra a minha. Sem o encorajamento adequado, as pessoas têm a tendência a evitar estas discussões difíceis, mas vitais, ou tendem a levar estas discussões para territórios escondidos.

Uma outra razão para encorajar a discordância é a de que todas as organizações precisam de não conformistas. Este não é o tipo de pessoa que diz: «Há uma maneira certa e uma maneira errada de fazer as coisas e há a nossa maneira», Em vez disso diz:« Qual a maneira correcta de fazer isto de futuro?» e está sempre pronta para a mudança. Finalmente, uma discussão aberta revela mais facilmente os objectivos em causa e com uma participação genuína a decisão não precisa de ser vendida, as sugestões podem ser incorporadas, as objecções resolvidas e a decisão em si, torna-se um compromisso à acção."
Peter F. Drucker, in: As Cinco Questões Mais Importantes que Deve Sempre Colocar à Sua Organização.


Cometário do Blasé:

Vem esta citação a propósito de algumas coisas estranhas que se têem passado ultimamente em algumas organizações.

Seria bom que as pessoas que estão à frente de algumas dessas organizações lessem os mestres e aprendessem com eles a gerir organizações e pessoas.

O país não pode continuar a amordaçar aqueles que querem exprimir, livremente, as suas opiniões.

Como alguém disse um dia " deixar de criticar é deixar de pensar".

Eu, vou já avisando que, não vou deixar de pensar.

1 comentário:

Anónimo disse...

É preciso repetir de vez em quando a nossa profissão de fé e exprimir em voz alta aquilo que valorizamos e aquilo que condenamos.
Sempre respeitei pessoas com convicções, ainda que eu com elas não concorde. Respeito mais um bom adversário, do que um infeliz bajulador. Não há volta a dar-lhe…
Há aqueles que acreditam que nos refutam ao repetir as suas opiniões sem dar atenção às nossas. Que significado tem toda a gente falar de liberdade e cada um pretender limitar os outros segundo a sua própria maneira de pensar e de se exprimir?
A discussão, em especial quando trilha os terrenos da discordância, proporciona talvez uma das oportunidades de crescimento pessoal e relacional, assim como de avanços na compreensão do mundo, das instituições e do ser humano.
Discordar pode e deve ser uma arte. Na época medieval a retórica constituía uma das disciplinas nucleares da educação, juntamente com a dialéctica e a gramática, precisamente porque se considerava que era importante esgrimir argumentos, compreender os prós e os contras, fazer sínteses e retirar, ou não, conclusões. A argumentação na base da troca racional de pontos de vista, independentemente da temperatura emocional do momento, mas sem deixar que as relações pessoais sejam afectadas ou destruídas.
Mentalidades abertas, democráticas e verdadeiramente cultas tendem a saber lidar com a diferença de pontos de vista, a diversidade cultural, a diferente sensibilidade e a dispersão de opiniões. Ao contrário, a mentalidade conservadora, imobilista e inquisitória terá sempre muita dificuldade em lidar com a liberdade de pensamento. Talvez por isso o humor seja normalmente muito mal recebido pelos candidatos a ditador, mais ou menos mascarados de democratas, que preferem o insulto, a calúnia e a falsidade a uma boa gargalhada. E os que se atrevem a escrever e a dizer coisas sem se esconderem atrás de pseudónimos, anonimato ou de um discurso cinzento e inócuo, desde que politicamente correcto, é certo e sabido que pagam a factura que os candidatos a ditador mandam cobrar.