sábado, 6 de dezembro de 2008

O IPPAR EXISTE???

O país está cheio de organismos que não funcionam, poderemos até dizer que não existem, ou melhor, apenas existem porque a lei diz que existem, é uma obrigação que decorre da lei.

Um desses organismos é o IPPAR. Tem uma lei orgânica, competências, pessoal, organigrama, etc, mas apenas no papel, porque na realidade trata-se de um daqueles, muitos, organismos que apenas serve para manter o status quo de uns quantos pseudo importantes, e gastar o dinheiro dos nossos impostos nas mordomias dessa rapaziada.

“O Instituto Português do Património Arquitectónico tem como missão a salvaguarda e a valorização de bens materiais imóveis que, pelo seu valor histórico, artístico, científico, social e técnico, integrem o património arquitectónico do País. Este universo abrange todos os bens materiais imóveis de natureza arquitectónica de interesse cultural, classificados segundo as leis em vigor (…)”Decreto-lei n. 120/97 de 16 de Maio.

Belo parágrafo, pena que não corresponda à realidade. Todos nós conhecemos um sem número de casos de património arquitectónico, deste país, que está a cair de podre, sem que os senhores do IPPAR nada façam, e pior ainda, sem que nada deixem fazer para salvar esse património que é de todos nós, e das gerações vindouras.

É obvio que a recuperação do património classificado terá de obedecer a regras, terá de ser feito por pessoas qualificadas, terá de obedecer a critérios arquitectónicos, etc etc.

Agora o que não pode acontecer é existir património a cair de podre, património no qual o IPPAR não intervêm, (pelas mais variadas razões, sendo que a preferida é falta de verba), nem deixa intervir, preferindo pelos vistos que o mesmo desapareça.

Em muitos casos, não precisa o IPPAR de gastar dinheiro algum, há, por exemplo, autarquias disponíveis para suportarem os custos dessas recuperações, precisando apenas que a rapaziada do IPPAR autorize e disponibilize os técnicos necessários para o efeito.

Mas não, nem pensar. O IPPAR é o retrato fiel do pior do funcionalismo público. Para alguém poder intervir no património, precisa de autorização do IPPAR. O IPPAR é que tem o poder para dar essa autorização, e é daí que advém o seu poder. Faz lembrar a famosa frase “ eu é que sou o Presidente da Junta.

O património, esse, não interessa, o que importa é manter as mordomias, o status quo, a quinta e os interesses.

Por favor acabem com esta vergonha. Também aqui, infelizmente, estamos nos lugares cimeiros da Europa... Triste sina a nossa a de apenas estarmos nos lugares cimeiros no mau...

Sem comentários: