domingo, 11 de maio de 2008

RESPOSTA AO COMENTARIO DA NOCAS

Nocas,
Se em Portugal se cumprissem todas as leis seríamos, sem margem para dúvida, o país mais perfeito do mundo.

Mas eu não poria a questão assim, pô-la-ia de outro maneira, e que é a distorção dos incentivos, ou seja, as pessoas, as empresas, os governos e até as economias respondem a incentivos. Se os incentivos estiverem distorcidos, as escolhas económicas que as pessoas tomam no dia a dia irão reflectir isso mesmo.

Incentivos errados levam a comportamentos igualmente errados.

As pessoas respondem aos incentivos que lhes fornecem. Se os nossos governantes e dirigentes quebram sistematicamente deliberadamente as leis, reduzem-se os incentivos para o cidadão comum as cumprir zelosamente.

Ou seja, se existe uma lei que proíbe o consumo de álcool a menores de 16 anos, se essa lei fosse cumprida, não veríamos os tristes espectáculos que vemos quando saímos à noite de miúdos de 13, 14, 15 anos completamente bêbados.

Assim se se quebram as regras uma vez porque não quebrá-las outra vez e outra e outra e outra?

Quando os governos têm um sistema de incentivos distorcidos, os seus desempenhos serão também afectados.

Exemplos de incentivos distorcidos é coisa que não falta neste país:

Rendimento Social de Inserção – incentivo ao não trabalho;

Toxicodependência: Descriminalização dos consumos de drogas, e da sua posse até à quantidade considerada necessária para 10 dias. Com o devido respeito quem anda com quantidade equivalente ao necessário para 10 dias só pode andar no tráfico.

Álcool – apesar de a lei proibir consumos a menores de 16 anos, consome-se a partir de qualquer idade que ninguém fiscaliza.
Contrariamente a alguns países onde o consumo é interdito a menores de 18, e quando há duvidas relativas à idade é solicitada a identificação à pessoa em causa sem qualquer problema;

Extinção dos Centros de alcoologia, e integração das atribuições no IDT.
O que se verifica é a redução da missão dos ex. Centros de Alcoologia, transformando-os em meros centros de recuperação de alcoólicos, o que significa um retrocesso aos anos de 1970.

Assim é difícil combater este flagelo.
SEM DÚVIDA ALGUMA O MAIOR PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA EM PORTUGAL.

Precisamos para além de incentivos não distorcidos, mais educação para a saúde, redução da oferta, prevenção, investigação, formação, na prática serviços especializados que possam dinamizar as intervenções quer o tratamento quer a prevenção.

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